quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Thelma & Louise



Lembro-me que cheguei no dia 1 de Abril do ano 2006 para uma suposta festa da Primavera.
Falo, claro está, do tempo em que ainda se comemorava o início deste período sazonal como se de um fantástico acontecimento se tratasse. Quando o deslumbramento era tal que nos fazia dar graças a uma qualquer divindade pagã por tão gloriosos dias.
Lembro-me como se fosse hoje do caminho da estação de autocarros (nesse tempo viajava-se de autocarro e de mochila de campista às costas)até à cidade mais próxima:
Pelas estradas semi-desertas da Beira-Interior, que pareciam essas misteriosas estradas do Faroeste americano onde tudo pode acontecer, ao som de Ottis Redding, com o amarelo torrado de fim de tarde a pintar o cenário, recordámos Thelma & Louise. O que aconteceria se continuássemos, estrada fora, deixando tudo atrás das costas e começando uma vida nova em que poderíamos ser o que bem nos apetecesse?

Nesse dia acabámos por decidir não nos desviar da rota e unir-nos à tão proclamada Festa da Primavera.

"Fica para outro dia", pensei, enquanto imaginava estranhas paragens nas bombas de gasolina, entradas à cowboy em bares do Bronx, hamburgers em sacos de papel da loja de conveniência às cinco da manhã.
"Fica para outro dia".

Quando anui em adiar a viagem eu ainda não sabia que daí a algum tempo tu ias receber pelos anos uma vassoura eléctrica.

2 comentários:

maria joao regala disse...

"Quis ir para os bosques para viver deliberadamente.Para sugar todo o tutano da vida e aniquilar tudo o que não é vida. E não para, quando morrer, descobrir que não vivi."
É mais ou menos isto. Será do Thoureau? Que interessa querermos realmente os bosques, ou a route 66?
Há, isso sim, que querer sempre. Estás parecida na foto. Ainda bem que continhas Thelma. Ou Louise?

Maria Brito disse...

indo eu indo eu....
a caminho de vixeu...
encontrei o meu amori...
ai xexux que lá vou eui...